segunda-feira, 11 de abril de 2011

Construção da solidão




Apenas um tijolo por vez, cada um em seu tempo,
aguardando as mãos macias, para por um após outro,
sobre e ao lado, os unindo em argamassa,
forçados a conviver pelas mãos de pele agora bruta
que ergueu um muro, e assim como os tijolos,
os muros se erguem um por vez,
e cada um dando as mãos em um quadrado escuro,
no qual se cria um mundo individual,
em que o homem das mãos feridas busca repouso,
e perde a paz, assim que se torna necessário
a existência de janelas e portas a seu redor
não tendo condições de sobreviver
ele morre, após perder a vida construindo a solidão.

(Diego Carvalho)